quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Julgamento de PQ finalizado!

A previsão do tempo para os dias de julgamento do PQ não se confirmou. Apesar das chuvaradas lá fora, o clima interno foi de compreensão e cooperação. A discussão inicial girou em torno de estratégias para operacionalizar os critérios publicados aos dados disponibilizados pelo CNPq. Assim, decidiu-se levar em conta a produção científica (artigos e livros) e a orientação de alunos de pós-graduação estrito senso. O índice H não foi levado em conta por não estar disponível para todos os candidatos e pelas variadas dificuldades envolvidas em seu cálculo. Em seguida, decidiu-se por trabalhar com dois indicadores numéricos de produção: 1. total de artigos em revistas A1 e A2; 2. total da produção incluindo artigos em revistas A1 a B2, capítulos, livros inteiros (x2) e organização de livros. Acompanhando a estratégia utilizada na avaliação da Capes, foram contabilizados até dois capítulos por autor por coletânea. Esses indicadores foram calculados para 10 anos e para 5 anos, como previsto nos critérios.

Foi também calculado o número de orientações e co-orientações que foi utilizado para avaliar se cada candidato era elegível - os critérios exigem pelo menos uma orientação concluída para PQ2 e 10 orientações (ou co) para PQ1. Os candidatos elegíveis foram ordenados em função dos dois indicadores de produção e da avaliação qualitativa da produção científica. Essa ordenção e a distribuição de bolsas foi feita separadamente para as áreas de saúde pública e epidemiologia. Em relação a essa classificação cito o relatório do comitê:

"Como a taxonomia adotada pelo CNPq não reflete de modo adequado as subáreas adotadas tanto pela Saúde Coletiva como pela Nutrição, o comitê operou uma reclassificação de proponentes, considerando que as atuais subáreas de Medicina Preventiva e Saúde Pública seriam correspondentes ao que a área de Saúde Coletiva abarca como Planejamento e Políticas em Saúde e Ciências Sociais e Humanas em Saúde. Isto levou ao remanejamento interno, para fins de comparação, de 12 proponentes autoclassificados em Saúde Pública/Medicina Preventiva para Epidemiologia."

Em termos de bolsas novas, o CNPq disponibilizou 8 novas cotas PQ2 para o comitê, sendo que foram distribuídas 3 para a SP, 3 para a epidemio e 2 para a nutrição (quem tem um número menor de bolsas no total, sendo que o primeiro da lista de prioridades 2 ficou para a nutrição). A essas novas bolsas se somaram aquelas de 4 pessoas que não solicitaram renovação.

Mas vamos ao que interessa! Primeiramente, fiz uma tabela com a média do número de produtos por categoria de bolsa - só para a epidemio visto que não tenho em mãos os dados da saúde pública. Isso deve dar uma idéia aos futuros candidatos e a quem não conseguiu bolsa de sua posição relativa. Uma situação interessante é que as médias do nível 1D são maiores que do nível 1C, resultado do represamento de candidatos por falta de bolsas. E da maior produção quantitativa de alguns novos bolsistas em relação aos veteranos.
* médias dos últimos 10 anos para PQ1 e dos últimos 5 anos para PQ2.

Veja também o diagrama de ramo-e-folhas da produção A1+A2 dos pesquisadores que ficaram no nível 1 da epidemio.

1* | 1237
2* | 12345799

3* | 1347

4* | 23

5* | 4

6* | 589


Em seguida, mostro como foi a mudança de nível (cada nível é um ponto na tabela) dos candidatos por área. Houve um maior número de promoções na epidemio, mas o número de novos bolsistas contemplados foi estritamente igual - 11 em cada área. Veja que às disponibilidade descrita acima se somam cotas geradas por pesquisadores que perderam a bolsa. Pois é, diferente do que muita gente pensa, há pesquisadores que são rebaixados ou mesmo que perdem a bolsa. A demanda é extremamente competitiva e quem não tem uma produção compatível está em risco. Há que se reconhecer que há uma certa inércia no processo e uma produção um pouco abaixo pode não resultar em redução de nível. Mas em alguns casos fizemos reduções de um nível de forma a chamar a atenção do pesquisador para a incompatibilidade de sua produção com outros igualmente classificados.
Mostro também como foi a mudança de nível por nível atual da bolsa. Há muito mais progressões que rebaixamentos, felizmente! A verdade é que a produção tem aumentado bastante e para a maioria dos pesquisadores a produção dos últimos 5 anos é muito mais que 50% da produção de 10 anos. Em média, a proporção de 5 anos / 10 anos é 77% para os bolsistas.

Bueno, por hoje é só. Se houver perguntas, quem sabe me animo a mais alguma análise. Uma das decisões importantes do comitê foi não levar em conta o projeto, e nem sequer olhar os pareceres ad hoc. Resolvemos também dar ampla divulgação ao relatório, já que o CNPq, diferente da Capes, não o disponibiliza na internet. Assim, ele será distribuído aos coordenadores através da Abrasco e eu dou minha contribuição deixando um link aqui para quem quiser. E note bem que esses resultados que apresentei foram a proposta do CA, tendo ainda que passar pela homologação do CNPq. E até o próximo julgamento!

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Aluísio!
Muito interessante o teu blog. Bem diferente do que estou acostumado a ver - eheh.
Na medida do possível, continua compartilhando um pouco do teu conhecimento com o público.
Um abraço,
Samuel