sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

H1N1 É O TIGRE DE PAPEL?


Vejam só o que está rolando no BMJ:

Drug companies are being accused of unnecessarily raising fears over the H1N1 swine flu virus so as to increase profits by boosting sales of their new vaccines.
The allegations, made in the parliamentary assembly of the Strasbourg based Council of Europe, are surfacing as several countries, notably the United Kingdom, France, and Germany, are looking to dispose of excess supplies of the unwanted vaccines (BMJ 2010;340:c170, 11 Jan, doi:10.1136/bmj.c170).

que também afirma no Editor's Choice de 14/1
His charge: "To protect their patented drugs and vaccines against flu, pharmaceutical companies have influenced scientists and official agencies, responsible for public health standards to alarm governments." Meanwhile, the revelation of undeclared competing interests of Professor Juhani Eskola, an adviser to WHO’s Strategic Advisory Group of Experts (SAGE), has come as a gift to conspiracy theorists. SAGE advises member states on vaccines; GlaxoSmithKline, manufacturer of Pandemrix, is the main source of income of Professor Eskola’s employ er (doi:10.1136/bmj.c201).

Hmm. Quem não assistiu àquele filme do Youtube feito por um argentino sobre a manipulação da "epidemia"? Aqui no Brasil, vamos ter a "sequela" do filme H1N1 em junho...

EU SOU MAIS BRANCO QUE VOCÊ!



Ih! Esse é assunto complicado. A gente usa auto-classificação de cor nas entrevistas epidemiológicas e um estudo recente que publicamos mostra que a cor do entrevistador influi bastante no resultado. A Fiocruz publicou uma notícia com uma linda foto sobre o artigo em seu sítio de notícias. Quem quiser ler o artigo na íntegra é só clicar aqui. O resumo:

Avaliou-se a relação entre "cor/raça" de entrevistadoras, auto e heteroclassificação de "cor/raça" dos entrevistados. Foi realizado um estudo com indivíduos adultos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. As associações foram verificadas com tabelas de contingência e modelos multinomiais, ajustando-se para variáveis sócio-econômicas e demográficas dos entrevistados. Indivíduos com > 40 anos tiveram uma chance 2,1 vezes maior de se classificarem como pardos do que como brancos, quando abordados por entrevistadoras pretas, em relação às brancas. Entrevistados dessa mesma faixa etária apresentaram 2,5 vezes menos chances de se classificarem como pretos do que como brancos, ao serem abordados por entrevistadoras pretas. Essas diferenças foram mais expressivas entre homens de > 40 anos. Entrevistadoras pretas tiveram chance 2,5 vezes menor de classificar homens de > 40 anos como pretos do que como brancos, em comparação com as brancas. Os resultados indicam o caráter complexo da classificação racial, sugerindo a influência de características pessoais das entrevistadoras sobre a "cor/raça" dos entrevistados.