sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

EU SOU MAIS BRANCO QUE VOCÊ!



Ih! Esse é assunto complicado. A gente usa auto-classificação de cor nas entrevistas epidemiológicas e um estudo recente que publicamos mostra que a cor do entrevistador influi bastante no resultado. A Fiocruz publicou uma notícia com uma linda foto sobre o artigo em seu sítio de notícias. Quem quiser ler o artigo na íntegra é só clicar aqui. O resumo:

Avaliou-se a relação entre "cor/raça" de entrevistadoras, auto e heteroclassificação de "cor/raça" dos entrevistados. Foi realizado um estudo com indivíduos adultos de Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil. As associações foram verificadas com tabelas de contingência e modelos multinomiais, ajustando-se para variáveis sócio-econômicas e demográficas dos entrevistados. Indivíduos com > 40 anos tiveram uma chance 2,1 vezes maior de se classificarem como pardos do que como brancos, quando abordados por entrevistadoras pretas, em relação às brancas. Entrevistados dessa mesma faixa etária apresentaram 2,5 vezes menos chances de se classificarem como pretos do que como brancos, ao serem abordados por entrevistadoras pretas. Essas diferenças foram mais expressivas entre homens de > 40 anos. Entrevistadoras pretas tiveram chance 2,5 vezes menor de classificar homens de > 40 anos como pretos do que como brancos, em comparação com as brancas. Os resultados indicam o caráter complexo da classificação racial, sugerindo a influência de características pessoais das entrevistadoras sobre a "cor/raça" dos entrevistados.

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