Quem diria? Mas tem hora certa pra tirar as fraldas do moleque, e eu co-autorei. A idéia é da Denise Mota, que como pediatra e nefrologista vê com preocupação a falta de orientação para as mães. Os pediatras não se ligam no assunto e há pouca literatura no Brasil. O livro é uma proposta de trazer informações atualizadas para as mães (e pais!) de uma forma muito simples e divertida. O livro vale por dois: se lê de uma lado para os meninos e de outro para as meninas.
As ilustrações são muito bonitas e se torna um material para ler com a criança, parte do processo de treinamento para encarar aquele vaso com turbilhão. Criança tem medo mesmo. Muita conversa, uso de adaptador de assento e um apoio para os pés (quando se usa o vaso) são as chaves do processo. Além de saber a hora certa, claro! O livro tem distribuição ainda limitada. Mas se vc se interessar pode entrar em contato direto com a Denise por email.
A idéia de registrar pensamentos, experiências, fatos, num diário é antiga. Mas fazer esse diário de acesso público é uma coisa que só o milagre da internet permitiu. É um desafio interessante. Um diálogo com alguém, qualquer um, todos. Mais provavelmente, ninguém ou muito poucos. Quem é que tem algo interessante a dizer?
sábado, 31 de outubro de 2009
Tirando as fraldas
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Profissão gari - para pós-graduados?
22/10/2009 - 10h06Concurso para garis atrai 22 mestres e 45 doutores no Rio
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Com inscrições abertas desde o dia 7, o concurso público para a seleção de 1.400 garis para a cidade do Rio já atraiu 45 candidatos com doutorado, 22 com mestrado, 1.026 com nível superior completo e 3.180 com superior incompleto, segundo a Comlurb (Companhia Municipal de Limpeza Urbana).
Para participar do concurso, basta ter concluído a quarta série do ensino fundamental. As inscrições terminam amanhã.
Será que a vida está tão difícil assim no Rio? Ou será que a formação graduada e pós-graduada virou só papel? Veja o que diz um estudante de história:
"Disseram que eu era maluco, que eu ia ficar fedendo a lixo... Mas a faculdade hoje não garante emprego nem estabilidade para ninguém. Eu quero segurança"Me preocupa o valor do ensino superior. Apesar da Capes, tem doutor querendo ser gari. Se nem o doutorado (às vezes) forma um profissional desejado e com bom mercado de trabalho é por que tem alguma coisa errada.
Como orientador de pós e como examinador de muitas teses e dissertações, acho que nos falta rigor. Em muitos programas de pós-graduação é mais difícil entrar (a seleção é super disputada) do que sair (já que reprovação em defesa de tese é algo que ainda não vi).
Será que não estamos "doutorando" futuros garis? O investimento que está sendo feito no Brasil para aumentar a oportunidade na pós é grande. E como todo recurso público deveria ser muito bem aproveitado. De preferência formando as cabeças que vão transformar nosso país num lugar onde seja difícil encontrar candidatos a gari por que há melhores oportunidades para todos. Mas, quando o dinheiro da pós é gasto de forma simplesmente a outorgar um título (de papel e não de mérito) que vai aumentar o salário de um funcionário público (o docente com doutorado ganha mais), aí, então, esse gasto é dobrado...
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Julgado o Edital Universal 2009
Nesta semana, de segunda a quarta-feira, o comitê assessor de Saúde Coletiva e Nutrição esteve reunido em Brasília para o julgamento do Edital Universal de 2009. Foram mais de 350 projetos submetidos – veja na tabela 1 o número de projetos por faixa e por área. Muito trabalho e muita responsabilidade para os 7 membros presentes (Everardo Nunes, coordenador, Cláudia Travassos, Celina Martelli, José Eluf Neto, Rosely Sichieri, Ana Marlucia Assis e eu).
No total, 42% dos projetos com nota igual ou maior a sete foram recomendados (cerca de 150 projetos). Os valores totais solicitados e os valores recomendados pelo comitê estão na tabela 2. Os projetos recomendados somaram quase 7 milhões de reais. Só que o recurso disponibilizado pelo CNPq para o comitê como um todo foi de 2,8 milhões – ou seja, menos da metade dos projetos recomendados serão efetivamente contemplados com recursos. O valor disponibilizado foi praticamente igual ao do ano passado e o número de projetos financiados deve ficar em torno de 57 (15, 21 e 21 em cada faixa).
Pelas discussões do grupo ficou claro que dois foram os erros mais comuns que geraram cortes nos orçamentos propostos. O primeiro, solicitar passagens e diárias para participar de eventos. O CNPq orienta os comitês que aceitem passagens e diárias apenas para viagens relacionadas à execução do projeto de pesquisa (reuniões de trabalho, visitas de campo, etc). O segundo, alocar recursos para pagamento de terceiros, PF, na forma de remuneração mensal por um período prolongado. Todo serviço a ser realizados por terceiros deve ser apresentado na forma de tarefas, com o respectivo valor. Por exemplo, realização de 3000 entrevistas a R$ 10 cada. E não 10 entrevistadores por 5 meses a R$ 600 por mês. Pode parecer “semântica”, mas é como é.
A despedida dos dois membros veteranos do comitê (Everardo e Cláudia) foi devidamente celebrada no bistrot de Daniel Briand, ao sabor de queijos, pães e vinhos. Agora aguardamos a indicação dos novos membros, que deve acontecer ainda antes da reunião para julgamento das bolsas PQ, que acontece em novembro.
Nota: Os números apresentados aqui são aproximados, em função da forma como foram coletados, e podem não bater exatamente com os relatórios e dados a serem divulgados pelo CNPq – mas representam uma aproximação bastante boa da realidade. Os comentários são de total responsabilidade do autor, não sendo o texto manifestação do CNPq ou do comitê.